O charme dos Vinhos
Bem vindo ao mundo dos vinhos
O universo dos vinhos é cativante e rico em sabores, aromas e texturas. Todos os dias, há pessoas que se apaixonam por este mundo e querem começar a consumir a bebida com mais freqüência. Há, porém, um obstáculo comum a muitos iniciantes: a escolha do rótulo certo. Com tanta variedade de tipos, castas e países, qual seria o vinho ideal para cada situação ? Seria possível encontrar bebidas boas sem gastar muito ?
COMO É FEITO
O vinho é uma bebida alcoólica feita a partir do suco da uva fermentada. Sua origem remonta ao ano 8.000 a.C., e desde então, vem sendo consumido, e se espalhando por diversos países do mundo.
O processo de produção de um vinho é longo. Ele se inicia ainda no plantio, quando o produtor trabalha para que as condições sejam as ideais e as uvas possam lhe render uma boa bebida. O clima, o solo, os métodos de vinificação podem influenciar no resultado final na garrafa.
Ao sair do vinhedo, as uvas partem para o processo de vinificação. São levadas para separação e seleção dos melhores cachos e bagos e em seguida, para a extração do suco em tanques de aço inoxidável na maioria das vezes.
Nesses mesmos tanques acontece a fermentação, que é a transformação do açúcar da fruta em álcool e gás carbônico.
Vinho é, genericamente, uma bebida alcoólica produzida por fermentação do sumo de uva. Na União Europeia, o vinho é legalmente definido como o produto obtido exclusivamente por fermentação parcial ou total de uvas frescas, inteiras ou esmagadas. Os vinhos são classificados de acordo com a classe, cor e teor de açúcar. Para identificar a procedência do vinho, ou como dizem os especialistas: o terroir (local onde foi produzido), o consumidor deve observar no rótulo da garrafa o nome da vinícola, data da safra e o nome da uva.
TIPOS DE VINHO
Visão, olfato e paladar são os três sentidos utilizados na degustação de vinhos e terão o papel de identificar suas principais características, como cor, aroma, sabor, textura, intensidade, estrutura, e até potenciais defeitos.
Antes disso, é necessário entender os tipos de vinhos por cor, classe e teor de açúcar:
- BRANCOS
Produzidos a partir de uvas brancas ou até mesmo tintas, são geralmente esmagadas para romper as peles antes de serem prensadas. O mosto tem pouco ou nenhum contato com as peles durante o processo de fermentação, que por sua vez é, na maioria das vezes, feito em tanques de aço inox, barris de carvalho ou tanques de cimento. Podem ou não passar por estágio em madeira.
- ROSÉS
Feitos a partir de uvas tintas e com processo de produção muito similar ao dos vinhos tintos, têm como particularidades a temperatura de fermentação mais baixa e o pouco contato do mosto com as peles, ocasionando menor concentração de cor e taninos. Normalmente não passam por estágio em madeira.
- TINTOS
Feitos a partir de uvas tintas, o mosto permanece em contato com as peles durante o processo de fermentação, de modo a obter maior concentração de cor, aromas, sabores e taninos. A fermentação pode ocorrer em tanques de aço inox, cubas ou barris de carvalho. Podem ou não passar por estágio em madeiras
HARMONIZAÇÃO
Harmonizar vinho e comida é uma arte que pode nos levar aos mais profundos níveis de sutilezas, mas é também, antes de tudo, uma forma de você aproveitar melhor o que os dois têm a oferecer. Mesmo sendo algo em que podemos mergulhar fundo, alguns poucos cuidados e atenção já são capazes de tornar a experiência surpreendente ou, no mínimo, interessante.
Rica em elementos químicos, a composição dos alimentos e dos vinhos ao interagirem podem causar reações agradáveis ou não. Assim, a harmonização tem como objetivo equilibrar as características de ambos, completando suas qualidades e elevando o nível da experiência em termos de aromas, sabores e texturas.
Harmonização em poucos passos
1) Para começar, conheça o rótulo que quer harmonizar e defina uma hierarquia de intensidade entre suas características. Faça o mesmo com a receita que ele vai acompanhar.
2) Feito isso, atente-se ao primeiro cuidado que deve ter: adequar o peso do vinho com o peso do prato. Essa correspondência é direta, ou seja, um prato mais consistente e pesado precisa de um vinho encorpado. Uma receita de peso médio vai bem com um exemplar de corpo médio e, claro, uma mais leve é melhor acompanhado por um rótulo também leve. Um vinho leve, por exemplo, tem suas qualidades superadas ao acompanhar um prato de maior peso. Ele simplesmente se torna insosso.
3) Estabelecida a hierarquia das características do vinho e do prato, faça as correspondências adequadas para saber se eles combinam ou não.
4) Algumas características dos vinhos e dos pratos podem resultar em sensações desagradáveis. Evite acompanhar alimentos amargos ou com muito sal com vinhos que tenham muitos taninos. Vinhos muito alcoólicos não se dão bem com pratos picantes ou muito salgados. Alimentos de origem marinha como peixes e crustáceos podem reagir mal com os taninos dos vinhos. As receitas com alta acidez tendem a causar amargor quando acompanhadas por vinhos ricos em taninos.
5) Além das características de paladar, gustativas, os aromas de ambos nos levam às harmonizações mais requintadas. Podemos harmonizar por semelhança de aromas, por exemplo, vinhos de aromas frutados e pratos com frutas. Ou podemos harmonizar por complementação, quando aromas diferentes nos pratos e vinhos se unem formando um conjunto agradável, como um vinho com toques herbáceos com um prato com molho de tomate, tal como quando utilizamos manjericão ou orégano para temperar um molho de tomate.
6) De forma geral, embora haja exceções, vinhos brancos são mais leves que rosés que, por sua vez, são mais leves que os tintos. Também quanto à acidez, espumantes, vinhos brancos e rosés são mais ácidos que os tintos.
7) Na dúvida, acompanhe peixes, aves e carnes brancas com vinhos e espumantes brancos, e as carnes vermelhas com vinhos tintos. Essa antiga regra costuma funcionar, mas podemos criar exceções se estivermos bem atentos às combinações (agradáveis ou desagradáveis).
8) Nas combinações doçura com doçura, e doçura com salgado, as intensidades dessas características devem ser equivalentes no prato e no vinho.
7) Se quiser evitar possíveis decepções, não sirva a seus convidados um vinho que você conheça pouco ou uma receita que não domina e, menos ainda, uma harmonização que não tenha testado antes. A não ser que a proposta do encontro seja a experimentação. Aí é só se divertir! Se a combinação não der certo, convide todos para a próxima tentativa.
Agora é hora de preparar sua próxima harmonização e usar o que aprendeu com os vinhos que sugerimos. Saúde!